Os jovens Pablo Azevedo, Thiago Siade e Vitor Fidélis possuem histórias parecidas. Eles foram vítimas de acidentes de moto e tiveram comprometimentos na mobilidade e sensibilidade dos braços. Hoje, como pacientes do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), os três se conheceram e compartilham a reabilitação de forma lúdica e divertida. Os jovens participam do laboratório de gameterapia – uma forma complementar de promover a melhoria de pacientes com comprometimentos neurológicos ou ortopédicos utilizando videogames.
Considerados vilões no passado por roubarem a atenção exacerbada de crianças, o videogame evoluiu para uma versão mais saudável que permite ao jogador se exercitar enquanto joga. E a área de saúde não se manteve indiferente à essa inovação. Logo buscou meios de inseri-la na promoção da reabilitação de pacientes. O Crer adotou o método há dois anos e, desde então, vem colhendo resultados bastante positivos.
Segundo explica o terapeuta ocupacional Leandro Coelho de Almeida Freire, o videogame começou a ser utilizado de forma terapêutica como um recurso de simulação da realidade, principalmente em pacientes que possuíam certos tipos de fobias, como a de altura ou medo de voar. Conforme a tecnologia foi evoluindo e surgindo novos modelos de videogames foi possível adotá-los de forma complementar às terapias tradicionais. “A gameterapia não é utilizada de maneira exclusiva como recurso terapêutico, mas atuando em conjunto com as outras terapias aplicadas ao paciente”, comenta o terapeuta.
Diferente dos aparelhos antigos, que só recebiam comandos por botões do controle, os novos videogames possuem sensores que leem os movimentos. Dessa forma, os jogadores não ficam mais sentados diante da TV, mas, precisam fazer os movimentos compatíveis aos do personagem do jogo para passar as fases. São esses modelos de videogames que foram inseridos como complementares nas terapias.
GRUPOS DISTINTOS
No Crer, a gameterapia foi adotada para atender a dois grupos distintos de pacientes, os que apresentam comprometimento neurológico e os que estão em reabilitação ortopédica, caso dos jovens personagens dessa matéria. “Os pacientes neurológicos, como os diagnosticados com Mal de Parkinson, conquistam ganhos na reabilitação cognitiva, promovendo a melhora no esquema corporal e na percepção que possuem da lesão que apresentam. Além disso, os jogos ainda ajudam a melhorar a atenção, memória, concentração, raciocínio e a noção de organização. No caso do Parkinson, que é uma doença neurodegenerativa progressiva, é possível retardar os sintomas, auxiliando pacientes a realizar atividades do dia a dia”, evidencia Leandro.
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