A ARTE VOLUNTÁRIA NO AMBIENTE HOSPITALAR

Fonte imagem: http://www.saude.go.gov.br/index.php?idMateria=176507

Artigo de Larissa Fleury

Divulgado no jornal DIÁRIO DA MANHÃ (Goiânia-GO), EDIÇÃO DE 12/08/2014, página 8 

Na atualidade se faz necessário mudar a forma como os hospitais se posicionam frente ao seu principal instrumento de trablaho: a vida, o sofrimento e ador de um indivíduo fragilizado pela doença. E é a partir dessa premissa que o Hospital de Urgências de Aparecia de Goiânia (HUAPA) tem buscado levar aos seus pacientes um diferencial nos atendimentos prestados. 

Em abril deste ano, a unidade iniciou seus trabalhos de humanização e conscientização social com a vinda de grupo SEMEADORES DA ALEGRIA, que trazem um verdadeiro "mix" de música, teatro e circo aos finais de semana. Agora, recebemos com entusiasmo a informação que a direção do hospital que ir além com a criação do projeto "Quinta Cultural", que transformará o hospital em um espaço onde a arte, além de cultuada, fará parte do tratamento dos usuários.   O projeto visa incentivar espetáculos artísticos culturais no ambiente hospitalar possibilitando, por exemplo, que o artista vá ao encontro do público/paciente, já que muitos deles não têm condições de se retirar do quarto.

A situação de internação provoca uma mudança brusca na rotina de vida do paciente. Ele estará longe da família, do trabalho, do meio social, de casa e terá que seguir uma rotina totalmente diferente da habitual. Durante esse período de internação o paciente vivencia conflitos decorrentes da sua doença aliados a toda essa mudança gerada pela internação. Assim, essas manifestações culturais no ambiente hospitalar podem proporcionar ao paciente um meio de externilização de seus sentimentos e emoções, além de possibilitar que ele desenvolva uma habilidade, uma potencialidade individual, resgate o desejo de cura, desenvolvendo assim formas criativas de lidar com a doença e a hospitalização.  O conteúdo da dança, da música, da peça teatral é simbólico, mais ainda sim é capaz de tocar o paciente e seus familiares.

Estes artistas voluntários não imaginam o quão especiais podem ser diante do próximo que luta pela vida dentro de um hospital.   Uma palavra, um sorriso, alguns minutos a escutar, uma doação... são ações que se convertem em pequeninas injeções de ânimo aos que neste momento encontram-se fragilizados.

O trabalho voluntário é benéfico também para quem o realiza.   Fazer o bem proporciona satisfação pelo simples fato de se saber que passou para o outro algo de positivo, que levou carinho, amor, conforto ao próximo.   Todos ganham quando alguém se dispõe a fazer a diferença na vida de alguém.   Ganha quem é atendido, ganha quem doa seu tempo, trabalho e talento, quem se sente útil, valorizado e reconhecido.   Não há pagamento para a satisfação de ajudar o próximo.

(Larissa Fleury, coordenadora do serviço de psicologia do HUAPA, com especialização em Psicologia da Saúde e Hospitalar pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Araújo Jorge).