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O texto abaixo foi extraído do Trabalho Acadêmico intitulado "O Espaço Hospitalar e o Restabelecimento da Saúde: O Caso do Hospital das Doenças do Aparelho Locomotor – SARAH, de João Filgueiras Lima"de autoria de Lívia Mendonça, hoje graduada em Arquitetura pela Universidade de Brasília.
O filósofo Hans-Georg Gadamer discute em sua obra “O Caráter Oculto Da Saúde” a idéia de que não temos apenas a ciência das doenças, já que a doença não existe sem a saúde. Enquanto a doença se caracteriza pelo caráter da falta, a saúde se caracteriza por seu caráter oculto. O indivíduo em equilíbrio não percebe sempre o seu estado de saúde, pois ele não o adverte ou convida ao contínuo tratamento.
Filósofo alemão Hans-Georg Gadamer
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Em uma passagem de Fedro de Platão foi dito que:
Como haviam dito famosos médicos gregos, o tratamento do corpo pelo médico não é possível sem o tratamento da alma, ou ainda mais, que talvez nem sequer isto baste, mas que ele também não é possível sem o saber sobre o ser total. (FEDRO apud GADAMER, tradução 2006, p.80)
Filósofo grego Platão
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Gadamer considera que o diálogo é parte de um tratamento médico e que promove a humanização da relação entre uma diferença fundamental que há entre o médico e o paciente. O diálogo não é uma simples introdução e preparação para o tratamento, ele já é tratamento e continua sendo muito importante no tratamento que se seque, o qual deve conduzir à cura.
Diálogo entre médico e paciente
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Hoje, o que se percebe em grande parte dos hospitais brasileiros é uma fragmentação da assistência à saúde em seus diversos níveis. Nota-se com freqüência a precariedade dos espaços destinados à assistência à saúde, que crescem sem o planejamento adequado e onde o funcionamento è adaptado à demanda crescente de pacientes, e o acolhimento e a humanização desejados ao restabelecimento do equilíbrio do paciente não são prioridade.
Com a crise que se agrava, tornou-se comum ver corredores serem transformados em enfermarias hospitais caindo aos pedaços, ambientes sem as mínimas condições de conforto e higiene; equipamentos encaixotados ou interditados por falta de consultas sempre adiadas. Estes e outros problemas sem expectativa de solução, passaram a compor o cotidiano de um grande número, senão a maioria dos hospitais brasileiros, destruindo qualquer vestígio de auto-estima nos pacientes e funcionários. (TOLEDO, 2008, p.148).
Arquiteto Luiz Carlos TOLEDO,
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Como forma de tentar alterar tal quadro da assistência à saúde no Brasil, o Ministério da Saúde lançou o programa Humaniza SUS em 2003, como o objetivo de efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e de gestão, assim como estimular trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de saúde e a produção de sujeitos. Visando um comprometimento com a defesa da vida e fortalecimento do seu processo de pactuação democrática e coletiva.
